por Peter O'Sagae, diretamente do Chile
Tem lua cheia no céu, com sua impassível beleza. Só não há o mesmo brilho no olhar das pessoas que vão de um lado para outro no saguáo do hotel. Turistas, funcionários, congressistas, convidados e a equipe da organização e apoio do CILELIJ que bravamente nos guarda. Acompanhando as notícias que passam na televisão, certamente, cada um de nós sabe o quanto somos afortunados neste momento: estamos no Plaza San Francisco, bem no centro da capital chilena, abrigados entre suas paredes de concreto muito sólidas. Com o "temblor" da madrugada de sábado, os quadros saíram de lugar, outros objetos caíram no chão, azulejos soltaram-se no banheiro e surgiram umas poucas rachaduras no revestimento das paredes. Não é o mesmo o que acontece nos bairros mais afastados de Santiago; porém, sabemos bem pouco do que acontece ao redor da cidade. Nosso motorista contou que toda uma parede de sua casa desabou... A camareira, que mora uma hora distante daqui, deixou a filha de seis meses nos braços de seu marido para vir ajeitar os travesseiros e as cobertas dos visitantes.
Vivemos contrastes. Em relação ao que acontece na faixa litorânea, nas estradas e noutras localidades mais ao sul do país, não temos o que reclamar -- apesar da comida que racionalmente diminui, temos comida -- e água, suco, vinho e café. O próximo banho será inteiramente frio, mas podemos sentir ainda o frescor da água limpando nossa pele e a tensão que as horas acumulam. Estamos bem, sem dúvida, mas nem tanto, neste ambiente de ansiedade, de sentimentos deslocados e réplicas sentidas debaixo dos pés.
Além dos 10 convidados brasileiros da Fundação SM para o congresso, estão aqui Cláudia Mesquita, Maísa Kawata, Sergio Alves, Luiz Sposito, Maria Zélia Versiani Machado, Rosangela xxx e o "Alemão", marido da professora Tânia Roesing, além de novos amigos da Guatemala, Argetina, Colômbia, Cuba, Venezuela e outros países. Alguns têm partido em direção à Mendonza, na Argentina, pela auto-estrada que cruza os Andes. Executivos espanhóis telefonaram, informando que conseguiram deixar o Chile por este caminho. Hoje à noite, disse-me há pouco o ilustrador Istvansch, um grupo de convidados argentinos sairá daqui do hotel; amanhã, serão os demais companheiros. O Brasil nos parece tão longe!
Estamos cansados. Na última madrugada, alguns dormiram no saguão do hotel: Maria Zélia, Angela, Cláudia, Beth Serra, Luiz e eu. Tânia Roesing que chegara ao Chile apoiada em sua bengala, devido a um problema no joelho, tem subido as escadas até o quinto andar para buscar dormir. Angela-Lago está doente, depois de andar descalça e sem agasalho, em frente ao hotel, conosco, o tempo todo que permancecemos fora do prédio. Sylvia Puentes, autora e médica uruguaia, receitou-lhe antibióticos e descanso. Hoje (parece-me) todos estão em seus quartos.
Rezem daí para termos paciência e esperarmos o retorno solidariamente.
Tem lua cheia no céu, com sua impassível beleza. Só não há o mesmo brilho no olhar das pessoas que vão de um lado para outro no saguáo do hotel. Turistas, funcionários, congressistas, convidados e a equipe da organização e apoio do CILELIJ que bravamente nos guarda. Acompanhando as notícias que passam na televisão, certamente, cada um de nós sabe o quanto somos afortunados neste momento: estamos no Plaza San Francisco, bem no centro da capital chilena, abrigados entre suas paredes de concreto muito sólidas. Com o "temblor" da madrugada de sábado, os quadros saíram de lugar, outros objetos caíram no chão, azulejos soltaram-se no banheiro e surgiram umas poucas rachaduras no revestimento das paredes. Não é o mesmo o que acontece nos bairros mais afastados de Santiago; porém, sabemos bem pouco do que acontece ao redor da cidade. Nosso motorista contou que toda uma parede de sua casa desabou... A camareira, que mora uma hora distante daqui, deixou a filha de seis meses nos braços de seu marido para vir ajeitar os travesseiros e as cobertas dos visitantes.
Vivemos contrastes. Em relação ao que acontece na faixa litorânea, nas estradas e noutras localidades mais ao sul do país, não temos o que reclamar -- apesar da comida que racionalmente diminui, temos comida -- e água, suco, vinho e café. O próximo banho será inteiramente frio, mas podemos sentir ainda o frescor da água limpando nossa pele e a tensão que as horas acumulam. Estamos bem, sem dúvida, mas nem tanto, neste ambiente de ansiedade, de sentimentos deslocados e réplicas sentidas debaixo dos pés.
Além dos 10 convidados brasileiros da Fundação SM para o congresso, estão aqui Cláudia Mesquita, Maísa Kawata, Sergio Alves, Luiz Sposito, Maria Zélia Versiani Machado, Rosangela xxx e o "Alemão", marido da professora Tânia Roesing, além de novos amigos da Guatemala, Argetina, Colômbia, Cuba, Venezuela e outros países. Alguns têm partido em direção à Mendonza, na Argentina, pela auto-estrada que cruza os Andes. Executivos espanhóis telefonaram, informando que conseguiram deixar o Chile por este caminho. Hoje à noite, disse-me há pouco o ilustrador Istvansch, um grupo de convidados argentinos sairá daqui do hotel; amanhã, serão os demais companheiros. O Brasil nos parece tão longe!
Estamos cansados. Na última madrugada, alguns dormiram no saguão do hotel: Maria Zélia, Angela, Cláudia, Beth Serra, Luiz e eu. Tânia Roesing que chegara ao Chile apoiada em sua bengala, devido a um problema no joelho, tem subido as escadas até o quinto andar para buscar dormir. Angela-Lago está doente, depois de andar descalça e sem agasalho, em frente ao hotel, conosco, o tempo todo que permancecemos fora do prédio. Sylvia Puentes, autora e médica uruguaia, receitou-lhe antibióticos e descanso. Hoje (parece-me) todos estão em seus quartos.
Rezem daí para termos paciência e esperarmos o retorno solidariamente.