Vanessa Gonçalves - 29/04/2008
Poemas singulares de Pablo Neruda, traduzidos por Ferreira Gullar, ilustrados pelo artista plástico Isidro Ferrer, com aval de Angela-Lago no texto de quarta-capa. Este é o time que a Cosac Naify reuniu no Livro das perguntas, um ousado experimento vanguardista que conta, ainda, com esmerado projeto gráfico e impressão cuidadosa.
Publicado em 1974, um dos primeiros livros póstumos do autor, trata-se da reunião de 74 perguntas, um trabalho sem paralelo na obra deste que foi um dos maiores poetas do século XX. Nesta viagem ao imaginário de Pablo Neruda surgem questionamentos sobre os animais, os elementos da natureza, o significado da vida e da morte, a sua própria existência. Mas ele não convida os leitores a respondê-los; propõe, apenas, um exercício de reflexão: “Há alguma coisa mais triste no mundo que um trem imóvel na chuva?”, “Por que se suicidam as folhas quando se sentem amarelas?”, “As lágrimas que não choramos esperam em pequenos lagos?”, “Há coisa mais boba na vida que chamar-se Pablo Neruda?”.
Entre os vários estudiosos deste livro, há quem diga que a obra sela o encontro do menino Neruda com o grande poeta. Outros apostam na hipótese de que o autor procurou recuperar suas primeiras inspirações. Se este é o Livro das perguntas de Neruda é também o Livro das perguntas do espanhol Isidro Ferrer. Com ilustrações feitas através da reprodução fotográfica de colagens e instalações, ao invés de tentar responder às perguntas do autor, Isidro capturou a essência dos poemas e criou suas próprias questões por meio de uma série de pequenos cenários surrealistas. Isidro recriou o imaginário do poeta marinheiro, que navega no mar de palavras. Fruto de um trabalho de três anos, as ilustrações foram construídas como metáforas da sua maneira de perceber o mundo. Nas palavras de Angela-Lago: “Isidro Ferrer também é dos que preferem perguntas a respostas, grupo para o qual este livro foi feito e que inclui certamente as crianças”.
Ao final, a edição dá voz às crianças: são elas que assinam os textos sobre autor, ilustrador e tradutor desta que é a primeira tradução do espanhol no catálogo infanto-juvenil da editora Cosac Naify. Vencedor do Prêmio Cálamo 2006 na categoria “Livro do Ano”, a inocência das perguntas deste livro fazem-no uma ótima ferramenta para atividades na sala de aula. Uma forma de instigar às crianças a produzirem conhecimento, cultivando nelas a inquietação e a curiosidade.
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Poemas singulares de Pablo Neruda, traduzidos por Ferreira Gullar, ilustrados pelo artista plástico Isidro Ferrer, com aval de Angela-Lago no texto de quarta-capa. Este é o time que a Cosac Naify reuniu no Livro das perguntas, um ousado experimento vanguardista que conta, ainda, com esmerado projeto gráfico e impressão cuidadosa.
Publicado em 1974, um dos primeiros livros póstumos do autor, trata-se da reunião de 74 perguntas, um trabalho sem paralelo na obra deste que foi um dos maiores poetas do século XX. Nesta viagem ao imaginário de Pablo Neruda surgem questionamentos sobre os animais, os elementos da natureza, o significado da vida e da morte, a sua própria existência. Mas ele não convida os leitores a respondê-los; propõe, apenas, um exercício de reflexão: “Há alguma coisa mais triste no mundo que um trem imóvel na chuva?”, “Por que se suicidam as folhas quando se sentem amarelas?”, “As lágrimas que não choramos esperam em pequenos lagos?”, “Há coisa mais boba na vida que chamar-se Pablo Neruda?”.
Entre os vários estudiosos deste livro, há quem diga que a obra sela o encontro do menino Neruda com o grande poeta. Outros apostam na hipótese de que o autor procurou recuperar suas primeiras inspirações. Se este é o Livro das perguntas de Neruda é também o Livro das perguntas do espanhol Isidro Ferrer. Com ilustrações feitas através da reprodução fotográfica de colagens e instalações, ao invés de tentar responder às perguntas do autor, Isidro capturou a essência dos poemas e criou suas próprias questões por meio de uma série de pequenos cenários surrealistas. Isidro recriou o imaginário do poeta marinheiro, que navega no mar de palavras. Fruto de um trabalho de três anos, as ilustrações foram construídas como metáforas da sua maneira de perceber o mundo. Nas palavras de Angela-Lago: “Isidro Ferrer também é dos que preferem perguntas a respostas, grupo para o qual este livro foi feito e que inclui certamente as crianças”.
Ao final, a edição dá voz às crianças: são elas que assinam os textos sobre autor, ilustrador e tradutor desta que é a primeira tradução do espanhol no catálogo infanto-juvenil da editora Cosac Naify. Vencedor do Prêmio Cálamo 2006 na categoria “Livro do Ano”, a inocência das perguntas deste livro fazem-no uma ótima ferramenta para atividades na sala de aula. Uma forma de instigar às crianças a produzirem conhecimento, cultivando nelas a inquietação e a curiosidade.
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