Resumo do Cenário - Renata Nakano
Na última sexta-feira 31 de outubro, enquanto bruxas e sacis estavam à solta, o Dobras da Leitura acompanhava a entrega do maior prêmio da produção editorial brasileira. Os finalistas e vencedores de cada uma das 20 categorias do Prêmio Jabuti já haviam sido divulgados pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a grande espectativa era conhecer o Livro do Ano de Ficção e de Não-Ficção. Esses são os maiores premiados da noite, que levam consigo 30 mil reais cada um, dez vezes o valor que o primeiro colocado de cada categoria recebe. Mas não é só o valor da premiação que torna o Livro do Ano tão especial.
A escolha, além de passar pelo crivo dos 60 jurados nomeados para as 20 categorias do Prêmio Jabuti, é determinada pelos profissionais do mercado editorial associados à CBL. São editores, estúdios de edição e design, distribuidores e livreiros, cada um votando de acordo com o próprio ponto de vista. Pois qual não foi a surpresa, ao ouvir o nome do vencedor do Livro do Ano de Ficção? Em vez do favorito entre muitas rodas de aposta, o romance O filho eterno, de Cristovão Tezza, ressoaram os nomes de Ignácio Loyola Brandão e O menino que vendia palavras, segundo lugar na categoria Melhor Livro Infantil. Prêmio bem-vindo dedicado a ninguém menos que às duas professoras que alfabetizaram o autor e, quem diria, convivem com ele até hoje.
Surpreendente, apesar de não ser a primeira vez que um livro inscrito na categoria Infantil leva o prêmio. As duas últimas ocasiões em que um "livro para crianças" comemorou a "premiação de adultos" foi em 1997, com Um passarinho me contou, de José Paulo Paes, e em 2003, com Bichos que existem & Bichos que não existem, de Arthur Nestrovski. Comemoremos!
Loyola e o seu troféu inesperado
O Estado de São Paulo, 03/11/2008 - por Ubiratan Brasil
A escolha de Ignácio de Loyola Brandão como autor do livro do ano de ficção do Prêmio Jabuti, sexta-feira, na Sala São Paulo, não levantou dúvidas em relação à qualidade da obra vencedora, o infantil O menino que vendia palavras (Objetiva), mas revelou uma divisão entre o júri que escolhe os melhores em cada categoria e o imenso grupo eleitoral que vota nos livros do ano de ficção e de não ficção - este ano, vencido por Laurentino Gomes e seu 1808 (Planeta). Cronista do Estado, Loyola já se dava por satisfeito com o segundo lugar entre os infantis conquistado por sua obra, atrás apenas de Sei por ouvir dizer (Edelbra), de Bartolomeu Campos de Queiroz. Tanto que ele conversava com o poeta Ivan Junqueira quando o vencedor do livro do ano de ficção seria anunciado.
No palco, ainda atordoado ao receber a estatueta e um cheque no valor de R$ 30 mil, ele confessou sua certeza na vitória de Cristóvão Tezza, ganhador do Jabuti de romance por O filho eterno (Record) e aposta certa da maioria dos presentes à cerimônia de entrega. A surpresa veio por conta do sistema de votação. Enquanto as 20 categorias do Jabuti são definidas por um júri formado por 20 comissões de três pessoas cada, o livro do ano de ficção e o de não ficção são escolhidos por um universo eleitoral mais amplo, que inclui ainda editores e livreiros. Também não participam apenas os três vencedores de cada categoria, mas todos as 2.131 obras inscritas, neste ano, para o Jabuti.
Na última sexta-feira 31 de outubro, enquanto bruxas e sacis estavam à solta, o Dobras da Leitura acompanhava a entrega do maior prêmio da produção editorial brasileira. Os finalistas e vencedores de cada uma das 20 categorias do Prêmio Jabuti já haviam sido divulgados pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a grande espectativa era conhecer o Livro do Ano de Ficção e de Não-Ficção. Esses são os maiores premiados da noite, que levam consigo 30 mil reais cada um, dez vezes o valor que o primeiro colocado de cada categoria recebe. Mas não é só o valor da premiação que torna o Livro do Ano tão especial.
A escolha, além de passar pelo crivo dos 60 jurados nomeados para as 20 categorias do Prêmio Jabuti, é determinada pelos profissionais do mercado editorial associados à CBL. São editores, estúdios de edição e design, distribuidores e livreiros, cada um votando de acordo com o próprio ponto de vista. Pois qual não foi a surpresa, ao ouvir o nome do vencedor do Livro do Ano de Ficção? Em vez do favorito entre muitas rodas de aposta, o romance O filho eterno, de Cristovão Tezza, ressoaram os nomes de Ignácio Loyola Brandão e O menino que vendia palavras, segundo lugar na categoria Melhor Livro Infantil. Prêmio bem-vindo dedicado a ninguém menos que às duas professoras que alfabetizaram o autor e, quem diria, convivem com ele até hoje.
Surpreendente, apesar de não ser a primeira vez que um livro inscrito na categoria Infantil leva o prêmio. As duas últimas ocasiões em que um "livro para crianças" comemorou a "premiação de adultos" foi em 1997, com Um passarinho me contou, de José Paulo Paes, e em 2003, com Bichos que existem & Bichos que não existem, de Arthur Nestrovski. Comemoremos!
Loyola e o seu troféu inesperado
O Estado de São Paulo, 03/11/2008 - por Ubiratan Brasil
A escolha de Ignácio de Loyola Brandão como autor do livro do ano de ficção do Prêmio Jabuti, sexta-feira, na Sala São Paulo, não levantou dúvidas em relação à qualidade da obra vencedora, o infantil O menino que vendia palavras (Objetiva), mas revelou uma divisão entre o júri que escolhe os melhores em cada categoria e o imenso grupo eleitoral que vota nos livros do ano de ficção e de não ficção - este ano, vencido por Laurentino Gomes e seu 1808 (Planeta). Cronista do Estado, Loyola já se dava por satisfeito com o segundo lugar entre os infantis conquistado por sua obra, atrás apenas de Sei por ouvir dizer (Edelbra), de Bartolomeu Campos de Queiroz. Tanto que ele conversava com o poeta Ivan Junqueira quando o vencedor do livro do ano de ficção seria anunciado.
No palco, ainda atordoado ao receber a estatueta e um cheque no valor de R$ 30 mil, ele confessou sua certeza na vitória de Cristóvão Tezza, ganhador do Jabuti de romance por O filho eterno (Record) e aposta certa da maioria dos presentes à cerimônia de entrega. A surpresa veio por conta do sistema de votação. Enquanto as 20 categorias do Jabuti são definidas por um júri formado por 20 comissões de três pessoas cada, o livro do ano de ficção e o de não ficção são escolhidos por um universo eleitoral mais amplo, que inclui ainda editores e livreiros. Também não participam apenas os três vencedores de cada categoria, mas todos as 2.131 obras inscritas, neste ano, para o Jabuti.
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