sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Biblioteca Nacional empilha 40 mil livros por falta de espaço

O Estado de S. Paulo On-line - 05/03/2007
Fonte Secundária: Câmara Brasileira do Livro


Consulta a acervo completo só será possível daqui a um ano,
quando anexo para periódicos ficar pronto

Para que o público tenha a acesso a 40 mil livros recebidos pela Biblioteca Nacional (BN) desde 2005 - além de no mínimo 30 mil que ainda vai receber em um ano - será preciso esperar até que um anexo na zona portuária do Rio fique pronto. Por causa da falta de prateleiras para guardá-los, após a catalogação eles são empilhados.

Por lei, toda publicação brasileira – livro, jornal, revista ou cartaz – deve ter dois exemplares enviados à BN, responsável pela preservação da produção gráfica do País. Nem todos os editores cumprem a lei, mas mesmo assim chegam a cada mês 4 mil exemplares de jornais e revistas e 2,5 mil a 3 mil livros. “A Biblioteca Nacional é o último recurso, onde o pesquisador busca o que não encontrou em nenhuma outra”, explica a diretora do Centro de Referência e Difusão da instituição, Carmem Moreno. “Mas a sede faz cem anos em 2010, ficou pequena para a produção bibliográfica atual.”

A inauguração do anexo só deve ocorrer no início de 2008. Além da demora, a saída encontrada para abrir espaço aos livros tem prazo de validade curto. “Quando o anexo ficar pronto, em um ano, a hemeroteca (coleção de periódicos) vai para lá e o espaço que ocupa atualmente será para os livros”, diz. “O anexo desafoga por uns quatro anos e depois temos de achar outra solução”, diz Carmem.

Além da falta de espaço, o processo de microfilmagem de periódicos está atrasado. Sempre houve defasagem, mas uma greve que durou três meses, em 2005, embolou mais ainda o trabalho. Pressionando a capacidade da BN de dar conta do recado, na última década o número de publicações no País cresceu muito.

16 KM DE PRATELEIRAS

“Com o anexo, teremos mais 16 km de prateleiras num prédio adequado para guardar jornais e revistas, que são muito pesados.” O imóvel, ao lado da Cidade do Samba, foi um silo. A reforma é financiada pela Petrobrás. Para lá serão levadas também as oficinas de microfilmagem de jornais e revistas, que ocupam muito espaço, pois o processo exige que cada exemplar tenha todas as páginas passadas a ferro e fotografadas. O trabalho é lento e caro. Atualmente, os grandes jornais estão microfilmados só até o início desta década. Com a mudança para o anexo, o processo será agilizado. Ainda assim, até a copiagem ficar atualizada será preciso esperar alguns anos, segundo Carmem. “A idéia é que os periódicos sigam diretamente para lá e, no futuro, se crie a Hemeroteca Brasileira, com administração independente”, diz a diretora. Em janeiro, a BN realizou 7.300 atendimentos, um terço deles na sessão de periódicos.
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