Resumo do Cenário
Particularmente, um incentivo extra à curiosidade das crianças está presente em grande parte das 60 obras destinadas pelo PNBE 2008 à Educação Infantil, com livros de imagem e outros que, desde o título já lançam perguntas ao leitor, favorecendo habilidade e estratégias de predição e construção de hipóteses sobre as histórias e as seqüências a serem narradas. O bom Ida e volta, de Juarez Machado, publicado em 1976, foi selecionado tanto pelo PNBE 1998, quanto agora volta no PNBE 2008, comprovando uma preferência inconteste. Outras surpresas estão reservadas nos livros de imagem Ritinha bonitinha, de Eva Furnari (1990), e O ratinho que morava no livro, da francesa Monique Félix (1981). Nessa categoria “sem palavras” para crianças pequenas, estão também títulos mais recentes: As aventuras de Bambolina, de Michele Iacoca (2006), que mostra a seqüência dos apuros de uma boneca em ritmo de história em quadrinhos, e Feito bicho!, de Gabriela Brioschi (2001), que é mais um álbum de figuras (sem narratividade) que explora as comparações entre hábitos humanos e dos próprios animais.
E os bichos andam soltos pelos acervos a serem montados para a Educação Infantil. Cinco livros que invocam o leitor a partir do título, como Cadê o Rato?, de Mary e Eliardo França (2007?), ou Que bicho mordeu?, de Leo Cunha (1994), Quer brincar de pique-esconde?, de Isabella Carpaneda e Angiolina Bragança (2006), e dois trabalhos de Ângelo Machado e Roger Mello: Que bicho será que botou o ovo? e Que bicho será que a cobra comeu? (1996). Há tempo para diversão com a velha e capciosa pergunta sobre quem nasceu primeiro, o ovo ou galinha, em Era uma vez um ovo, de Marco Carvalho (2006). A ilustração vem funcionando como elemento “delator” ou propondo que os personagens animais sejam descobertos pelos leitores. Quase todos brincam com a forma acumulativa da lengalenga, como o livro Bruxa, bruxa, venha à minha festa, de Arden Druce e Pat Ludlow (1995), procurando sempre um desfecho feliz e engraçado, favorecendo a fixação de uma estrutura lingüística com a qual se pode até mesmo improvisar os primeiros exercícios de escrita desde a Educação Infantil. Leo Cunha propõe adivinhas em versos e lida com o duplo sentido de algumas palavras.
Jogos com duplos sentidos, trocadilhos e armadilhas da língua, trava-línguas, parlendas e parlendinhas dão base aos textos de Um avião e uma viola, de Ana Maria Machado (1996), Enrosca ou desenrosca?, de Rosane Pamplona e Maria José Nóbrega (2005), Gato no mato, de Sebastião Nunes (2000), Quem adivinha?, de Helena Uehara (2007) e, de Eva Furnari, Não confuda... (1991) e Travadinhas (1994). Do universo vazado de oralidade, vamos entrando por poemas de Bartolomeu Campos de Queirós que tanto brincam de trocar-letras em História em três atos (2001), como nelas se inspiram para jogar com palavras e rimas em De letra em letra (2004); Mário Quintana é reapresentado pel’O batalhão de letras (1948, aliás ilustrado por Eva Furnari em 1997), para cumprir o objetivo de aproximar crianças e todo o alfabeto decupado e cantado.
E a poesia é aposta forte do PNBE 2008 que destaca, além de títulos aqui dispersamente apresentados, Bichos da noite, de Carla Caruso (1998), o Saco de Brinquedos, de Carlos Urbim (1998) e O rinoceronte ri, de Miguel Sanches Neto (2006). Há também uma homenagem à Cecília Meireles na narrativa poética de Celso Sisto, Beijo de sol (1995). Das formas narrativas simples, resgatando histórias, gêneros e/ou fórmulas tradicionais são muitos os exemplos, entre eles, há o conto acumulativo O Rei Bigodeira e sua banheira, do casal Don e Audrey Wood (1985), e quatro fábulas: Os corvos de Pearblossom, de Aldoux Huxley (2006), O Bicho Folharal, de Angela Lago (2005), Tatu tranqüilos, de Florence Breton (2001), e, com os versos de Bartolomeu Campos de Queirós, O piolho (s.d.?). Outros enredos animais: Vira-lata, de Stephen Michael King (2005), É o bicho e É o Bicho Futebol Clube, de Guto Lins (ambos 2002?).
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Particularmente, um incentivo extra à curiosidade das crianças está presente em grande parte das 60 obras destinadas pelo PNBE 2008 à Educação Infantil, com livros de imagem e outros que, desde o título já lançam perguntas ao leitor, favorecendo habilidade e estratégias de predição e construção de hipóteses sobre as histórias e as seqüências a serem narradas. O bom Ida e volta, de Juarez Machado, publicado em 1976, foi selecionado tanto pelo PNBE 1998, quanto agora volta no PNBE 2008, comprovando uma preferência inconteste. Outras surpresas estão reservadas nos livros de imagem Ritinha bonitinha, de Eva Furnari (1990), e O ratinho que morava no livro, da francesa Monique Félix (1981). Nessa categoria “sem palavras” para crianças pequenas, estão também títulos mais recentes: As aventuras de Bambolina, de Michele Iacoca (2006), que mostra a seqüência dos apuros de uma boneca em ritmo de história em quadrinhos, e Feito bicho!, de Gabriela Brioschi (2001), que é mais um álbum de figuras (sem narratividade) que explora as comparações entre hábitos humanos e dos próprios animais.
E os bichos andam soltos pelos acervos a serem montados para a Educação Infantil. Cinco livros que invocam o leitor a partir do título, como Cadê o Rato?, de Mary e Eliardo França (2007?), ou Que bicho mordeu?, de Leo Cunha (1994), Quer brincar de pique-esconde?, de Isabella Carpaneda e Angiolina Bragança (2006), e dois trabalhos de Ângelo Machado e Roger Mello: Que bicho será que botou o ovo? e Que bicho será que a cobra comeu? (1996). Há tempo para diversão com a velha e capciosa pergunta sobre quem nasceu primeiro, o ovo ou galinha, em Era uma vez um ovo, de Marco Carvalho (2006). A ilustração vem funcionando como elemento “delator” ou propondo que os personagens animais sejam descobertos pelos leitores. Quase todos brincam com a forma acumulativa da lengalenga, como o livro Bruxa, bruxa, venha à minha festa, de Arden Druce e Pat Ludlow (1995), procurando sempre um desfecho feliz e engraçado, favorecendo a fixação de uma estrutura lingüística com a qual se pode até mesmo improvisar os primeiros exercícios de escrita desde a Educação Infantil. Leo Cunha propõe adivinhas em versos e lida com o duplo sentido de algumas palavras.
Jogos com duplos sentidos, trocadilhos e armadilhas da língua, trava-línguas, parlendas e parlendinhas dão base aos textos de Um avião e uma viola, de Ana Maria Machado (1996), Enrosca ou desenrosca?, de Rosane Pamplona e Maria José Nóbrega (2005), Gato no mato, de Sebastião Nunes (2000), Quem adivinha?, de Helena Uehara (2007) e, de Eva Furnari, Não confuda... (1991) e Travadinhas (1994). Do universo vazado de oralidade, vamos entrando por poemas de Bartolomeu Campos de Queirós que tanto brincam de trocar-letras em História em três atos (2001), como nelas se inspiram para jogar com palavras e rimas em De letra em letra (2004); Mário Quintana é reapresentado pel’O batalhão de letras (1948, aliás ilustrado por Eva Furnari em 1997), para cumprir o objetivo de aproximar crianças e todo o alfabeto decupado e cantado.
E a poesia é aposta forte do PNBE 2008 que destaca, além de títulos aqui dispersamente apresentados, Bichos da noite, de Carla Caruso (1998), o Saco de Brinquedos, de Carlos Urbim (1998) e O rinoceronte ri, de Miguel Sanches Neto (2006). Há também uma homenagem à Cecília Meireles na narrativa poética de Celso Sisto, Beijo de sol (1995). Das formas narrativas simples, resgatando histórias, gêneros e/ou fórmulas tradicionais são muitos os exemplos, entre eles, há o conto acumulativo O Rei Bigodeira e sua banheira, do casal Don e Audrey Wood (1985), e quatro fábulas: Os corvos de Pearblossom, de Aldoux Huxley (2006), O Bicho Folharal, de Angela Lago (2005), Tatu tranqüilos, de Florence Breton (2001), e, com os versos de Bartolomeu Campos de Queirós, O piolho (s.d.?). Outros enredos animais: Vira-lata, de Stephen Michael King (2005), É o bicho e É o Bicho Futebol Clube, de Guto Lins (ambos 2002?).
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