quinta-feira, 4 de outubro de 2007

De olho no PNBE 2008 – Educação Infantil 3

Resumo do Cenário

Das formas aos temas, alguns livros investem nas brincadeiras infantis, como o próprio faz-de-conta da criança-personagem transformar-se, ou transformar objetos ou o cenário à sua volta, como o Jogo do vira-vira, de Ana Maria Machado (1992), Vira bicho!, de Luciano Trigo (2004), o delicioso Banho!, de Mariana Massarani (2006), Dia de chuva, de AMM (2002). Um pouco além, a transformação obedece a um pretexto de salvar e proteger o planeta, como em O Segredo, um dos livros da série Animorphs, da veterana da auto-ajuda Katherine Applegate (2002).

O cotidiano doméstico dos brinquedos, da convivência com os irmãos e animais de estimação estão em O menino e a bola, de Simone Goh (2001), Bom dia, Marcos, de Marie Louise Gay (2003) e Quem quer este rinoceronte?, de Shell Silverstein (2007), mais apegado ao divertimento e non-sense instalado na cena familiar. Os limites necessários ao ritmo da vida, como o horário de ir para cama, são tratados com toques de irreverência e humor (quase mordaz com a própria criança) em Não vou dormir, de Christiane Gribel e Orlando (2007), mas o assunto é igualmente retomado com figuração de fábula, com Rodolfo, o carneiro, de Rob Scotton (2006).

Por sua vez, A grande questão, de Wolf Erlbruch (2006) abre a reflexão sobre a existência e o que haveria de mais importante no mundo, a partir do repertório da própria criança. A observação do universo e a descoberta da passagem do tempo estão presentes em Eu e minha luneta, de Cláudio Martins (1991) e Um outro pôr-do-sol, de Marta Neves (2001). A exploração das cores e formas, bem como investigação artística, é acentuada em quatro livros: Um redondo pode ser quadrado?, de Renato Canini (2007), O segredo de Magritte, de Caulos (2007), Artur faz arte, de Patrick McDonnell (2007), e As formas, de ??? (2007).

Cumprindo certamente o propósito de motivar novas leituras, o PNBE 2008 destinado à Educação Infantil contempla os leitores com Asa de papel, de Marcelo Xavier (1993), que se constitui como um livro-emblema sobre as mais diversas (e adversas) situações de leitura, tão bem conhecido quanto amado, sempre à mão de muitos. E o mundo imaginado dentro do livro ainda ganha asas com os personagens dos contos tradicionais, no cross-over intertextual de A bela borboleta, de Zélio e Ziraldo (1980).
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2 comentários:

  1. Excelente, Peter!
    Um panorama geral para início de leitura e pesquisa.
    ;o)

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  2. Querido Peter, devorei seu trio de posts sobre o PNBE com uma fome... não conheço algumas coisas, mas concordo com muito. É preciso ser mais que um leitor atento para ser sucinto e certeiro. Estou com um riso no canto dos lábios. Obrigado por abrir caminho no labirinto. Daqui do Planalto Central deixo nosso abraço de lçetrinhas e a vontade de que todos do Dobras pudessem assistir ao Firimfimfoca na próxima quinta. Está dando um friozinho na barriga... mas isso é um tema para outra hora. Inté!

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