terça-feira, 30 de outubro de 2007

II Seminário Planos Nacionais de Livro e Leitura no Mercosul

Boletim do PNLL nº 82 – 29/10 a 04/11/2007

O II Seminário Planos Nacionais de Livro e Leitura no Mercosul debateu a construção de políticas públicas para o fomento da leitura nos últimos dias 26 e 27, durante as feiras do livro de Porto Alegre (RS) e de Santiago (Chile). O evento reuniu especialistas, gestores públicos e profissionais do mundo do livro e da leitura da Bolívia, Paraguai e Uruguai, além de Brasil, Argentina e Chile, que também já haviam participado da primeira edição em 2006. O II Seminário foi acompanhado ao vivo pela Internet com participação via chat, desenvolvendo assim novas formas de intercâmbio e integração que poderão se tornar mais permanentes. Outro destaque foi o reconhecimento dos avanços conceituais e da concretização do PNLL do Brasil. Para ter acesso às apresentações em espanhol, clique aqui, e em português, aqui.

Recuperar o prestígio da leitura

Na conferência de abertura do II Seminário Planos Nacionais de Livro e Leitura no Mercosul, Mempo Giardinelli, da Argentina, apontou a necessidade de se recuperar o prestígio da leitura nas sociedades latino-americanas e falou da leitura como ato político de emancipação do ser humano, elemento fundamental para a construção da cidadania e da democracia. Defendeu a prática da leitura cotidiana em voz alta na família e na escola, assim como a silenciosa, sem compromissos outros a não ser ler.

Em seguida, José Castilho Marques Neto, coordenador executivo do PNLL, apresentou o histórico e evolução do modelo brasileiro e explicou a metodologia usada, que procura unir o reconhecimento das práticas leitoras do país com ações indutoras junto aos organismos do estado e do setor privado, visando atingir os objetivos do Plano. Para Castilho, o desafio imediato do PNLL é encontrar formas mais permanentes de gestão e estruturação de seu corpo diretivo e executivo.
* Fotos adicionais: Letralia e O Povo


Ações culturais e ações públicas

O II Seminário teve continuidade na tarde do dia 26 com a palestra de Ernesto Martinez, presidente da Câmara Boliviana do Livro. Ele relatou que seu país ainda não constituiu um plano nacional de livro e leitura, persistindo ações públicas e privadas isoladas, mas ressaltou que o governo boliviano está implementando um processo educacional de descolonização, visando atender e valorizar a zona rural e toda a diversidade que compõem a população boliviana. Em seguida, Tania Mariza Kuchenbecker Rösing, coordenadora do Centro de Referência de Literatura e Multimeios da Universidade de Passo Fundo, e Sérgius Gonzaga, secretário de cultura de Porto Alegre, falaram sobre as características das políticas públicas para o fomento da leitura e do livro. Gonzaga destacou a importância das bibliotecas enquanto centro das políticas públicas, realçando a implementação de Casas de Leitura nas periferias, enquanto a professora Tânia discorreu sobre a necessidade de implementar ações culturais correspondentes às necessidades reais de um país de dimensões continentais como o Brasil.

Declaração de Porto Alegre e Santiago

Após as discussões e reflexões feitas no âmbito do II Seminário Planos Nacionais de Livro e Leitura no Mercosul, foram formalizadas algumas propostas. Reconhece-se a leitura como um direito do cidadão, sugerindo-se atividades de leitura no âmbito escolar. A articulação entre os setores de educação e cultura também é uma preocupação que foi salientada, assim como a melhoria da visibilidade, difusão e estratégias de comunicação das políticas e planos nacionais do livro e da leitura. Também se reiterou a importância de seguir com os diagnósticos sobre o setor, como estudos estatísticos sobre a produção e circulação do livro e as características do público leitor. Para saber mais sobre as observações e propostas do II Seminário, clique aqui.
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